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CPAL: Seminário sobre o projeto Pan-amazônico


headerNota retirado do Boletim Mensal do Projeto Pan-Amazônico da CPAL

”De 19 a 22 de novembro, aconteceu o então programado Seminário para refletir, analisar e discernir sobre a Missão do Projeto Pan-amazônico da CPAL. Aproveitamos o espaço para destacar alguns pontos, sem menosprezar os demais, que ressaltam o êxito do evento.

Estivemos reunidos 58 participantes de 10 nacionalidades, sendo 37 jesuítas (dos quais 4 superiores maiores), representantes do Brasil, do Peru, da Colômbia, da Bolívia, do Equador, da Guiana e de Roma, bem como representante dos Maristas, Bispos e também leigos, dos quais 9 mulheres, representantes de Universidades SJ, da CVX, do CIMI, das REDES da CPAL e, por fim, de instituições colaboradoras do Projeto Pan-amazônico.

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Relato histórico da presença dos jesuítas na Amazônia

No primeiro dia nos dedicamos a fazer um resgate histórico para refrescar a memória sobre a presença missionária da Companhia de Jesus na região Pan- amazônica e sobre suas implicações, além de trazer à memória as persecuções e as perseguições sofridas pelos jesuítas antes da expulsão desse território. Para isso, contamos com a contribuição de antropólogos, historiadores que nos falaram sobre a Evangelização nas Missões de Mainas (Peru), de Orinoquia e das Reduções Jesuíticas nas fronteiras nos Sec. XVII e XVIII.

Vimos, também, como foi a volta dos jesuítas à região Pan-amazônica após a restauração da Companhia em 1814, quando, aos poucos, anos mais tarde, a Companhia foi retomando a missão, porém em uma realidade bem distinta da anterior.

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Por estarmos na região Pan-amazônica, valorizamos muito o ambiente e a cultura local, principalmente na ornamentação dos espaços, nas místicas e nas Celebrações Eucarísticas.

Análises da realidade

No segundo dia nos dedicamos a fazer uma análise da realidade Pan-amazônica em seu contexto e conjuntura sociopolítica, econômica, cultural e ambiental. Destacaram-se as grandes ameaças à Pan-amazônia, oriundas do sistema capitalista, suportadas pelos povos indígenas e tradicionais, bem como, pelo meio ambiente. Ameaças estas causadas, principalmente, pela venda de créditos de carbono e pelo modelo extrativista e mercantilista imposto à Floresta Amazônica.

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Por outro lado, tivemos um momento de ver e tomar consciência quanto à questão da juventude indígena e do que está em jogo por causa de todas essas transformações que vêm ocorrendo devido, primordialmente, ao êxodo para os grandes centros urbanos.

Os desafios atuais da pan-amazônia

Seguindo os trabalhos, fomos convidados a refletir sobre os desafios da Companhia de Jesus, que tem como uma das prioridades a região Pan-amazônica em relação à atenção especial que deve ser dada aos povos indígenas e tradicionais a fim de que se contribua para a preservação do meio ambiente. Nesse sentido, somos convidados a refletir sobre as relações entre homem e natureza: o homem olha para a natureza como sendo parte dela. “Somos criação de Deus e fazemos parte da natureza. Para se criar esse novo ser humano é necessária uma conversão. Primeiro a nível pessoal e depois comunitário. Somos nós mesmos que devemos nos reeducar” (cf. Silvio Marques, sj). Diante desses desafios, dedicamos um tempo para apresentar as presenças atuais da Companhia de Jesus nos diferentes países e em quais frentes de trabalho se vem atuando na região. Foi um momento importante de socialização e visualização da ação missionária dos jesuítas e dos colaboradores na Pan-amazônia, por meio das paróquias, da Educação de Fé e Alegria, das Universidades, dos Centros Sociais, dos Centros de Espiritualidades, etc.

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As REDES da Companhia de Jesus
Outro momento importante foi a presença das REDES da Companhia de Jesus (AUSJAL, FLASCI, SJM, Rede do Apostolado Indígena, FÉ e ALEGRIA, CENTRO SOCIAIS) que tiveram a oportunidade de compartilhar sua composição e sua ação, bem como expressar suas expectativas de articulação e aporte ao Projeto Pan- amazônico da CPAL. Além disso, também surge uma grande novidade, que é a criação da Rede Eclesial Pan-amazônica – REPAM – como uma contribuição para a Igreja Latino-americana.

Também tivemos a alegria de conhecer de perto o trabalho de duas obras de Manaus, o Projeto de Educação e Cidadania – PEC – e a Fundação Fé e Alegria, que nos visitaram e socializaram seus trabalhos.

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Discernimento da Missão

No último dia de trabalho, concentramos nossas energias para a Missão, Visão e Ações Estratégicas do Projeto Pan- amazônico da CPAL, partindo das ações realizadas até o presente. Foi um momento importante de recolher os frutos do trabalho desses dias e de colocar sobre a mesa, traduzindo-os em propostas concretas e possíveis para avançar na caminhada, tendo um aporte específico da Companhia de Jesus desde nosso modo de SER e de PROCEDER, quanto a ACOMPANHAR, CONHECER, SENSIBILIZAR, AMAR/CUIDAR.

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Os grandes focos como Missão do Projeto

A partir dos desafios que a Pan-amazônia nos interpõe enquanto Companhia de Jesus e mais concretamente enquanto Projeto Pan-amazônico da CPAL, ficou acordado que as ações deste estariam voltadas para dois focos prioritários:

  1. Povos indígenas na defesa de seus direitos e território;
  2. Ambiente e Sustentabilidade.

Para tal, consideramos como ações estratégicas três áreas que são próprias da Companhia de Jesus:

  1. Educação e Formação;
  2. Espiritualidade encarnada e inculturada e a serviço da Igreja;
  3. Reflexão, investigação e incidência.

E como meios de alcançar esse fim estão: a inserção na realidade, a articulação interna e externa à Companhia e a comunicação.

Alguns dos participantes

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Ao concluirmos este Seminário, após quatro dias de intenso trabalho e de muitos frutos, avaliamos que o sucesso se deu devido ao esforço coletivo, alicerçado pelas celebrações eucarísticas e pelos momentos de místicas e de convivência, que tornaram possível esta bonita experiência de conhecimento e de aprendizado, como também de projeção do futuro.

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